3 de nov. de 2011

2º grito

Hoje eu não tenho nome. Hoje e por tantos outros momentos me tornei invisível, imperceptível... Passou através de mim como a luz atravessa o vidro.
Irreconhecível? Expectativas mentirosas, eu entendo... Mas elas não são minhas.
Inflexível? Pois bem, escolhi ser livre, pus abaixo o meu muro. Mas um outro cresce diante de mim tijolo por tijolo... Ele também não me pertence.
Insensível? É verdade, eu mesma escolhi o anestésico suave que envenenou meu coração... mas ele ainda pulsa e não é por mim.
Ainda lembro dos poucos viços, dos poucos gestos... Do tempo em que foi completo, do tempo em que eu fiz sentido... do pouco tempo.
Me resta ficar atenta aos sinais e descobrir a nota exata que faça este silêncio soar tão, mas tão alto, que eu não precise gritar a verdade.
Não é necessário reagir, revidar, nem enfurecer... É só prostrar-se em si e ouvir com atenção. Em si estão todas as respostas... em si...

g.köhler
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário